"Sobrevivente
de uma época em que o teatro era apresentado em praças públicas, a máscara é um
instrumento de formação essencial para o ator. As regras que se aplicam a esta
forma teatral convidam o ator a entrar numa cena vazia, tendo como único
recurso o corpo, a imaginação e a emoção. Seu modo improvisado rompe com a
interpretação naturalista e psicológica e desenvolve a imaginação, a presença
cênica e o engajamento físico do ator.
O teatro
de máscaras balinesas, o topeng, é um teatro dançado e cantado, que se
situa entre o sagrado e o profano. Ele é constituído por personagens nobres e
vários personagens cômicos, os bondrés. Apesar da
distância cultural e geográfica, a tradição italiana e balinesa de teatro de
máscara apresentam inúmeras semelhanças. A força das máscaras balinesas é que
elas pertencem a uma tradição que não se degradou. A qualidade da escultura e a
habilidade do jogo dramático permanecem intactas.
Em curso,
não procuramos trabalhar segundo a tradição balinesa mas, ainda que guardando
suas próprias características, as máscaras são colocadas à serviço de um teatro
e de histórias que pertencem a nossa cultura. A
precisão física, a simplicidade e a sinceridade do jogo com máscaras, preparam
o ator para abordar qualquer forma teatral."
Stephane Brodt
é diretor e ator do AMOK TEATRO, no Rio de Janeiro. Formado na Escola Catherine Brieux (Comédie
Française), estudou na Escola Internacional do Mimodrama
de Paris - Marcel Marceau e na Escola de Mímica Corporal Dramática de
Paris onde trabalhou a técnica de Etienne Decroux. Em 1991, ingressou na
Cia Théâtre du Soleil, e, sob a direção de Arianne Mnouchkine, participou
dos espetáculos “Iphigenie”, “Agamemnon”, “Les Eumenides” entre outros.
Entre 1991 e 1997, passou várias temporadas em Bali estudando com mestres
diferentes estilos de Topeng (teatro tradicional de máscaras) e
escultura de máscaras. Em 1994, fundou na França o Toko Teatro e dirigiu o espetáculo “Conteurs”.
Em 1998, fundou, com Ana Teixeira, a Cia Amok Teatro.
Com o monólogo “Cartas de Rodez” (1998) recebeu o Prêmio Shell de Melhor
Ator. Em 2003, com “Macbeth”, de Shakespeare, interpretou o papel título.
Em 2008, com o “O Dragão”, foi indicado ao Prêmio Quem de Melhor Ator.
Atualmente é curador do ECUM - Encontro Mundial das Artes Cênicas.
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