quarta-feira, 6 de junho de 2012

Improvisação com Máscaras Balinesas, por Stephane Brodt







"Sobrevivente de uma época em que o teatro era apresentado em praças públicas, a máscara é um instrumento de formação essencial para o ator. As regras que se aplicam a esta forma teatral convidam o ator a entrar numa cena vazia, tendo como único recurso o corpo, a imaginação e a emoção. Seu modo improvisado rompe com a interpretação naturalista e psicológica e desenvolve a imaginação, a presença cênica e o engajamento físico do ator.

O teatro de máscaras balinesas, o topeng, é um teatro dançado e cantado, que se situa entre o sagrado e o profano. Ele é constituído por personagens nobres e vários personagens cômicos, os bondrés. Apesar da distância cultural e geográfica, a tradição italiana e balinesa de teatro de máscara apresentam inúmeras semelhanças. A força das máscaras balinesas é que elas pertencem a uma tradição que não se degradou. A qualidade da escultura e a habilidade do jogo dramático permanecem intactas.

Em curso, não procuramos trabalhar segundo a tradição balinesa mas, ainda que guardando suas próprias características, as máscaras são colocadas à serviço de um teatro e de histórias que pertencem a nossa cultura. A precisão física, a simplicidade e a sinceridade do jogo com máscaras, preparam o ator para abordar qualquer forma teatral."

Stephane Brodt

é diretor e ator do AMOK TEATRO, no Rio de Janeiro. Formado na Escola Catherine Brieux (Comédie Française), estudou na Escola Internacional do Mimodrama de Paris - Marcel Marceau e na Escola de Mímica Corporal Dramática de Paris onde trabalhou a técnica de Etienne Decroux. Em 1991, ingressou na Cia Théâtre du Soleil, e, sob a direção de Arianne Mnouchkine, participou dos espetáculos “Iphigenie”, “Agamemnon”, “Les Eumenides” entre outros. Entre 1991 e 1997, passou várias temporadas em Bali estudando com mestres diferentes estilos de Topeng (teatro tradicional de máscaras) e escultura de máscaras. Em 1994, fundou na França o Toko Teatro e dirigiu o espetáculo “Conteurs”. Em 1998, fundou, com Ana Teixeira, a Cia Amok Teatro. Com o monólogo “Cartas de Rodez” (1998) recebeu o Prêmio Shell de Melhor Ator. Em 2003, com “Macbeth”, de Shakespeare, interpretou o papel título. Em 2008, com o “O Dragão”, foi indicado ao Prêmio Quem de Melhor Ator. Atualmente é curador do ECUM - Encontro Mundial das Artes Cênicas.

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